A saudade que veste o meu corpo como um vestido acetinado, retiro agora a cada minuto, desfazendo dobras onde se esconde sedução, palavras, beijos e carinho. Desenrolo-me qual borboleta que vai soltando asas de dentro de um casulo que se desfaz e permite que surja o meu corpo, sempre sedento de paixões.
Sinto uma letra que baila no meu ombro, beijando-o até ao cotovelo, desliza até aos dedos e cai na folha de papel, juntando-se a outras, desenhando palavras que ofereço para matar essa saudade que sinto.
Agora aqui, pronta para vos entregar um pouco mais de mim nos vossos olhos, deixar que me abracem em letras de erotismo, sinto que este é o meu lugar, nas horas em que me deixo diluir em corpos que me não pertencem.
Entrego-me.
Nua.
Apenas eu.
De saudade construída.
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